Este espaço, ainda experimental, propõe uma viagem através da Sociologia da Arte e de outros assuntos sempre relacionados com as preocupações teóricas que advêm do estudo desta matéria. A razão principal desta experiência prende-se com o facto de entender que tem havido falhas na tão necessária comunicação que um docente tem de manter com o seu núcleo tão vasto de alunos. E como o corpo dos alunos inscritos em Sociologia da Arte na Universidade Aberta é tão amplo, talvez consiga, com este blog, estreitar os nossos caminhos...
As relações das Artes plásticas com a Sociedade são tão prenhes que a sua exploração não cabe num espaço reduzido como este, e é por esse motivo que vou deixando cair pequenas folhas que, quando chegadas ao chão, e depois de um certo tempo, vão criando um pano de fundo cada vez mais denso e mais coeso, por forma a tapar os espaços que podiam ter ficado em branco.
Escreveu Arnold Hauser que o verdadeiro fenómeno estético é a experiencia da totalidade que o homem total retira da totalidade da vida, o processo dinâmico, no qual o sujeito criador e o receptor estão em uníssono com o mundo real e com a vida efectivamente vivida e não com um objecto-arte objectivo e dissociado do sujeito.
9 comentários:
O comentário que, para já, gostaria de fazer é: parabéns pela iniciativa e que ela tenha muito sucesso.
Voltarei, certamente, a este blog quando estiver mais inspirada. Porque, afinal, a arte é também filha da inspiração.
Kiss
Graça
Muitos sucessos!
um beijinho
boa iniciativa! A arte merece mesmo estudos mais aprofundados e de acesso a todos.
apenas um breve comentário relativamente a uma linha de pensamento do sociólogo e historiador Arnold Hauser.
Temos assistido a tentativas de sacudidelas de convenções culturais de algumas tipologias de resistência nas artes plásticas (lembremo-nos, por exemplo, do Novo-Objectivismo, ou do movimento Feminista)cujas ideologias patentes nas obras estão articuladas, não só com estudos de teóricos mas certamente com uma intenção clara de chegar aos públicos para suscitar a discussão.
Parecem-me bastante redutoras algumas teorias de Freud, partilhadas por Arnold Hauser (ver por ex. “Arte e Sociedade”; 1973: 18), relativamente à condição do artista como sujeito alheio da sociedade devido à sua «perda de realidade», que se refugia na criação da sua obra que surge como um produto resultante de uma «esfera irreal».
Prezado Rui Pedro:
Tem toda a razão, quando diz que a visão de Freud é, em grande parte das vezes, e no que concerne a esta questão, um tanto ou quanto redutora.
Temos de ler Freud no tempo certo, e o que ele legou de importante no âmbito da psicanálise da arte foi o facto de ter considerado os processos de simbolização, sublimação e criatividade apensos à criação artística. Mas claro que esta visão é bastante redutora (embora tenhamos de saber que ela existe) causando um afastamento contínuo dos artistas que repudiam a psicanálise da arte, virando-se assim as costas a um possível estudo mais consertado.
A criação artística prende-se à territorialidade do real e à vida, claro, mas, e ainda assim, há momentos da nossa vida em que preferimos fugir ao mundo, criando outro, mais conforme às nossas causas pessoais e às nossas aspirações... de outras vezes, escondemos o nosso verdadeiro mundo por detrás uma obra de arte.. e os caminhos são tantos como tantas são as cabeças viventes pensantes.
Apesar de todos os pesares, estou de acordo, e acredito que a força maior da obra de arte reside no facto dela ser um fenómeno de arreigamento.
E podia continuar a escrever mas... fica para outra altura.
Vá dando notícias e obrigada por ter aparecido por aqui,
c.a.g.
Ao acordares
....toma um - "Passivitate Imunitass" !!
http://www.geocities.com/ruipedro_fonseca/imunitass.htm
(Estimada Carla, boa noite. Poderá, se assim o entender, utilizar a imagem que consta no link. Não me parece nada desapropriada considerendo o teor do seu blog - cumprimentos - R P F
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