terça-feira, setembro 16, 2008


quando os meus dedos repousam sobre as pálpebras macilentas do olhar quebrado em gelos do mundo que chora o tempo que assim falece, sei por dentro que a vida azula no lugar deixado vago pela paixão.

e que olhos macilentos tem o mundo,
e que boca seca geme nele, no buraco das entranhas em dias feitos de névoas,

quando os meus dedos jamais sentirem esse encalço de chão chamarei a mim as fímbrias do teu corpo para nele banhar a alma fluidificada e ténue como nunca, prenhemente viva, e tão longe da memória da velha terra encarnescida.
dos sítios em que a tua mão tocou meu dedos nascerá o limbo e, com o passar dos mil dias de chuva e de outros sóis, cristalizará o tempo para que, no firmamento, retumbem, vibrantemente, os mil trovões.

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