terça-feira, dezembro 09, 2008

o estranho caso dos suínos tóxicos

Farta de ler notícias sobre bancos, sobre as avaliações, sobre as crises petrolíferas, sobre os crimes impuníveis de pedofilia, sobre a Índia e o Paquistão, sobre os mortos, os tantos mortos, sobre a crise socioeconómica que findará no termo da História, sobre a falência mais que visível da partidocracia, sobre os muitos maridos que matam as suas mulheres, e das mulheres que matam poucos maridos, sobre greves e manifestações, sobre a China e sobre as cheias, sobre a possibilidade de fecho de mais universidades, sobre o desencanto, sobre a bancarrota, sobre as alterações do clima, sobre o Cristiano Ronaldo (que confesso não ler…), sobre a vida espairecida dos nossos deputados incautos, sobre o recuo da qualidade de ensino, sobre o espectáculo do vento em alarmes rosa constantes, fixei-me na história das 30 toneladas de carne de porco conhecidas, que chegaram a Vila do Conde importadas da Irlanda, e que foram distribuídas da seguinte forma: seis para análise e as restantes para a indústria de transformação de carne em enchidos. Além do patetismo da questão, porque acredito que as salsichas (entre outros produtos congéneres) constituem um perigo para a saúde pública desde o dia da sua invenção, e porque não há forma de impedir que haja outro tanto de carne com toxinas a invadir o país desde antes da ASAE ter aberto a sua actividade para punir cozinhas públicas que não sejam, todas elas, revestidas a inox, o texto publicado no Público on-line sobre o assunto é de uma qualidade verdadeiramente assustadora.
Fico assim consciente de que estamos num país estranho, num mundo estranho, feito de gente estranha e que estranhamente persiste em viver coisas estranhas, estranhando a verdade, porque mais vale acreditar em mentiras.

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