quarta-feira, fevereiro 04, 2009

do inferno de ser pessoa

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perdi a paciência com tudo o que me rodeia, começando, claro, pelas pessoas, e acabando nelas. há muitos anos que penso que o mundo não se concebeu para albergar pessoas, e há dias que entendo as razões do mundo para querer acabar com as pessoas. estou esgotada de pessoas que ferem, de pessoas absurdas, de pessoas que não ultrapassam a sua própria mesquinhez, de pessoas ingratas, injustas, agressivas, megalómanas, egocêntricas, de pessoas que acreditam ser melhores do que aquilo que realmente são, de pessoas acríticas, acomodadas, vaidosas, de pessoas politiqueiras, de pessoas desonestas, homicidas, vingativas, de pessoas feias, de pessoas falsas, pouco claras, dissimuladas, com duas caras, de pessoas desgovernadas, de pessoas que não pensam, de pessoas que se passeiam, de vãs-pessoas, de pessoas que rebaixam, de pessoas mentirosas, desleais, de pessoas que passam tempo a pensar na forma de acabar com outras pessoas..
estou esgotada de pessoas, de quase todas as pessoas, porque ainda há pessoas, outras pessoas, que sonham.





quero sonhar que não sou gente

4 comentários:

Anónimo disse...

Sempre com a noção que a metafísica é uma consequência de se estar mal disposta! :)
Beijos e solidariedade.

Carla Alexandra Gonçalves disse...

... a metafísica, a mim, põe-me bem disposta. O que me deixa mal disposta é mesmo a realidade das coisas da terra, às vezes, claro, e felizmente...
beijão,
c.a.g.

Teresa Santos disse...

E aí vou, contra a corrente!
Adoro pessoas, pessoas simples, pessoas GENTE, pessoas de carne e osso, autênticas, genuínas. Pessoas que ainda têm a capacidade de sofrer e fazer algo pelo seu semelhante, pessoas que se dão, pessoas se entregam numa causa justa,pessoas que AMAM, pessoas que CHORAM, pessoas, pessoas GENTE!... Há muitas? Não! São uma infima minoria neste imenso Universo. As restantes? Não interessam...

Carla Alexandra Gonçalves disse...

Teresa:
Antes de tudo, obrigada pela sua participação neste lugar.
e Sim, tem razão, há pessoas que valem mesmo a pena (Claro!) e que merecem o melhor que há no mundo (Claro!).
No dia em que escrevi aquele texto (não me recordo bem do contexto, mas estava realmente muito cheia de pessoas, daquelas pessoas caracterizadas no texto em causa), não pensava nas outras pessoas, nas amáveis, nas que choram, e nessas pessoas-gente a que alude e, de alguma forma, que define. Todavia, pensava nas pessoas que sonham... outras pessoas, enfim, noutras causas relacionadas com as pessoas...

Mas... e só para baralhar, creio que, no-fundo-no-fundo, acabamos por gostar muito, ou adorar, nas suas palavras, as pessoas que não são bem aquilo que nós pensamos que elas são. Adoramos, como diz, pessoas que são projecções da nossa imaginação, infinita, como sabemos... e colocamos nelas atributos que, na realidade, elas não possuem.

Adorar pessoas é uma afirmação forte demais, e em certo sentido (Claro!).

Eu amo algumas pessoas, simpatizo com um bom punhado (vasto) de pessoas, afino com outro punhado (bem mais acanhado)delas, estimo muitas pessoas, e tolero outras, e outras há que me enervam muito. é como tudo! No-fundo-no-fundo, ninguém sabe muito bem como são as pessoas, de que são feitas, como pensam, como sentem, como actuam em diferentes direcções, mas sabemos que, por vezes gostamos delas, e que por vezes não gostamos (somos pessoas!).

Creio que há poucas pessoas genuínas. Mesmo eu!, que deveria ser genuína, confesso que não sou, embora fique lá perto, como correctamente tento situar-me na vida.

Posto isto, queria dizer-lhe que eu também gosto de pessoas, e que isso é evidente.
até breve,
carla