quinta-feira, janeiro 19, 2006

A construção


"Para ser objecto de uma experiência total, toda a obra de arte exige o pensamento [...]."
T. W. Adorno, 1970.


"E a tarefa de uma história da Arte consiste em demonstrar que essas formas precisas [...] têm necessariamente raízes económicas, sociais, políticas e religiosas que se exprimem, representam e revelam através das formas; e que essas formas actuam, por sua vez, novamente sobre as suas raízes e contribuem [...] para a sua transformação."
N. Hadjinicolaou, 1973

2 comentários:

Anónimo disse...

"Para ser objecto de uma experiência total, toda a obra de arte exige o pensamento [...]."
T. W. Adorno, 1970.

E a sociologia da arte persegue o objectivo de explicitar (de racionalizar) os passos dados entre o mero projecto e o objecto artístico já concluído? Ou deixa a parte mais complicada dessa árdua tarefa à sua companheira psicologia da arte?

Não sei se a música se deve considerar uma arte à parte; mas, mesmo que o seja, julgo que a pertinência da questão seguinte se mantém: é possível explicitar a totalidade do caminho percorrido entre a vontade de se exprimir tocando saxofone e o solo improvisado numa peça do Charlie Parker, por exemplo?

Ou há uma parte considerável do caminho que fica para além daquelas montanhas ali, aquelas que assinalam a fronteira da sociologia da arte?

Paulo

Carla Alexandra Gonçalves disse...

O texto improvisado, que não é o mesmo que texto automático, seja ele musical ou plástico ou outro, não é desgarrado de pensamento e conclui-se num objecto estético que consubstancia uma experiência... não é a totalidade do caminho criativo que se pesquisa, mas a totalidade das relações criadas (onde também residem os vários impactos), ou não, pelo objecto gerado. Será?
Obrigada pelo post, Carla