É mal direccionada a tremenda sensualidade que se gera entre fotógrafo e modelo. Possivelmente porque se trata apenas de um trabalho que é necessário fazer, em nome de uma imagem, de uma aparência.
Mas aquele falso clímax, no final, é susceptível de satisfazer algum deles? Alguém disse que só escreve quem não encontrou uma pessoa para amar no mundo real. Tal ideia parece ser válida não apenas para escritores, mas também para fotógrafos e outros artistas.
Será que só escreve quem não encontrou uma pessoa para amar no mundo real? Ou será que se escreve porque há amor a mais no interior de um peito prenhe? Amor por pessoas, por coisas, por acontecimentos, causas, sonhos, por vidas... ou o amor pelo amor, como se de uma arte pela arte se tratasse.
O seu post ainda me fez pensar sobre outro assunto: é a escrita só pertença do território irreal? É a escrita enganadora? construirá apenas outros mundos? o que será a escrita, bem como a fotografia, entre outras práticas, senão uma (entre outras valências meritórias, claro, mas que agora não importam arrolar) forma de expressão...
No caso do filme, o fotógrafo também surge, para os modelos, como uma forma (quase uma coisa) para alcançar-se um estatuto e uma profissão (e este é um plano secundário da trama). Ele É fotógrafo e É amante, mas na grande parte dos casos, ele também é um trampolim, facto que o enerva bastante mas, ainda assim, ele consegue tirar bom partido disso mesmo. O fotógrafo (também em trama secundária) agrega, enquanto artista e enquanto homem e também enquanto ferramenta, uma quantidade enorme de pessoas, na grande parte dos casos modelos, ou aspirantes, em seu redor. Mas a casta que o envolve é, para ele, verdadeiramente desprezível. O seu trabalho é fotografar e a sua alma é de fotógrafo (o que consubstancia coisas bem diferentes).
Este pedaço de filme é quase como um (outro) filme, dentro de um filme, e foi também por isso que, na altura, o seleccionei. E assim aconteceu, justamente, porque o recorte escolhido causou pensamentos e impactos particulares ... gostei... Obrigada.
2 comentários:
É mal direccionada a tremenda sensualidade que se gera entre fotógrafo e modelo. Possivelmente porque se trata apenas de um trabalho que é necessário fazer, em nome de uma imagem, de uma aparência.
Mas aquele falso clímax, no final, é susceptível de satisfazer algum deles? Alguém disse que só escreve quem não encontrou uma pessoa para amar no mundo real. Tal ideia parece ser válida não apenas para escritores, mas também para fotógrafos e outros artistas.
Paulo,
Será que só escreve quem não encontrou uma pessoa para amar no mundo real? Ou será que se escreve porque há amor a mais no interior de um peito prenhe? Amor por pessoas, por coisas, por acontecimentos, causas, sonhos, por vidas... ou o amor pelo amor, como se de uma arte pela arte se tratasse.
O seu post ainda me fez pensar sobre outro assunto: é a escrita só pertença do território irreal? É a escrita enganadora? construirá apenas outros mundos? o que será a escrita, bem como a fotografia, entre outras práticas, senão uma (entre outras valências meritórias, claro, mas que agora não importam arrolar) forma de expressão...
No caso do filme, o fotógrafo também surge, para os modelos, como uma forma (quase uma coisa) para alcançar-se um estatuto e uma profissão (e este é um plano secundário da trama). Ele É fotógrafo e É amante, mas na grande parte dos casos, ele também é um trampolim, facto que o enerva bastante mas, ainda assim, ele consegue tirar bom partido disso mesmo. O fotógrafo (também em trama secundária) agrega, enquanto artista e enquanto homem e também enquanto ferramenta, uma quantidade enorme de pessoas, na grande parte dos casos modelos, ou aspirantes, em seu redor. Mas a casta que o envolve é, para ele, verdadeiramente desprezível. O seu trabalho é fotografar e a sua alma é de fotógrafo (o que consubstancia coisas bem diferentes).
Este pedaço de filme é quase como um (outro) filme, dentro de um filme, e foi também por isso que, na altura, o seleccionei. E assim aconteceu, justamente, porque o recorte escolhido causou pensamentos e impactos particulares ... gostei... Obrigada.
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